quarta-feira, abril 25, 2007

O cinzentão

Há quem se arvore em presidente de todos e não passe de um mero sustentáculo de um regime mal-formado.

A resposta ao Sr. Silva e ao seu discurso na casa (que se quereria) da Democracia neste dia 25 de Abril de 2007 deu-a o Povo na rua.

"A avenida da Liberdade, em Lisboa, foi pequena para receber as centenas de milhar de pessoas que quiseram celebrar o dia da liberdade. O desfile partiu do Marquês de Pombal e desceu toda a avenida até ao Rossio" (TVI)

O grito magnânime que alguns soltaram (escutaram) há 33 anos, não será olvidado nunca, por muitos senhores Silva que venham a nascer em Portugal.

As comemorações do dia da liberdade, recordam muito mais o fim da ditadura do que a implementação da democracia, quer parecer que é esta verdade que os senhores Silva têm dificuldade em compreender.

Podem procurar silenciar a verdade, que nós cá estaremos para a gritar de novo, tal como o poeta:

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar (em)

(venham mais 5 – Zeca)

Viva a Liberdade, viva o 25 de Abril de 1974.

segunda-feira, abril 23, 2007

Os perseguidos

Andei por essas ruas da grande cidade, ruas despidas de solidariedade, ruas de sombrias sombras onde se acoitava o medo e a insegurança, onde velozes passavam carros sinistros de demoníaca policia politica e em cada esquina, ou mesa de café se ocultava um bufo.
Aprendi a ler e a conhecer o mundo que me ocultavam, nos olhos brilhantes de alguns turistas, na coragem de alguns escritos maravilhosamente manipulados para que a verdade passasse escondida e, em pequenos livros de uma grandeza imortal.
Redol, Dostoyevsky, Sérgio, Tolstoi, Urbano, Hemingway, Agostinho, Sartre.
Aprendi a escutar os acordes e os poetas, (no silêncio da noite num velho rádio e uma galena) que lançavam sementes de esperança, que iluminavam o desespero e traçavam os caminhos da revolta. Adriano, Zeca, Freire, Neruda, Alegre, Ibanez, Gomes Ferreira.

E fremia com os jovens universitários, com os trabalhadores da Carris, com os Metalúrgicos e Bancários e com as pedras da calçada Portuguesa, armas modestas nas mãos da revolta, visando as cabeças da GNR e policia de choque, no Rossio, nos Restauradores, no Terreiro do Paço.
Havia também as noites clandestinas, na Quadrante, na Alamanada, na Praia sob o olhar cúmplice da Lua e o sorriso trocista do Oceano, nas travessias do Tejo rumo ao Barreiro, onde altas horas na negrura da noite uma sombra estendia lesta um panfleto e desaparecia no breu.

Havia ficado para trás o tempo dos calções, crescia o corpo e a mentalidade, a revolta e o desespero.
Os comícios da CDE, um pouco por todo o Pais, congregavam sinais de esperança nas gentes simples que ali acorriam, prontamente subjugadas pelos esbirros do regime que descaradamente cortavam a palavra ao orador, ao mínimo sinal de progressismo na fala. Apagava-se a tal “primavera” Marcelista.

E um dia de festa haveria de chegar, para comemorar sem medo.
O botas havia “batido a bota”.
A partir daqui tudo seria mais fácil, os fascistas já não tinham a sua referência e haveriam de se digladiar na luta pelo poder.
E assim acabaria por suceder quatro anos depois.

Aos perseguidos, aos que tombaram por um ideal de liberdade, aos que resistiram sem desfalecimentos, aos que ousaram marchar sobre Lisboa a 25 de Abril de 1974, o nosso reconhecimento será sempre eterno.

sexta-feira, abril 20, 2007

Carta do além

(ou o quinto segredo de Fátima)

“ PORTUGUESES”

É com profunda saudade que me dirijo à nação, depois da demonstração da vossa imensa gratidão ao elegerem-me como o maior dos Portugueses.

Neste ano em que comemoram 33 anos sobre a invasão comunista do Império Lusitano.
Venho apelar ao patriotismo e devoção cristã de todos, para que juntos possamos reconstruir o Império desmembrado por essa corja de traidores.

“Às almas dilaceradas pela dúvida e o negativismo do século procurarei restituir o conforto das grandes certezas. Não discutiremos Deus e a virtude; não discutiremos a Pátria e a sua história; não discutiremos a autoridade e o seu prestígio; não discutiremos a família e a sua moral; não discutiremos a glória do trabalho e o seu dever.”

Ide (todos) no próximo dia 13 de Maio, santo dia da imaculada, rogar à virgem em Fátima, pela minha ressurreição.

Só assim poderei, com a ajuda de Deus e dos verdadeiros Portugueses acabar com:
Essa libertinagem social, de rapazes e raparigas na mesma sala de aula.
Essa chaga das pensões sociais.
Esses Sindicatos comunas que têm destruído a coesão do Império.
Essa voracidade no uso da mentira na Internet.
A promiscuidade em que transformaram S. Bento.
O rega-bofe dos jornalistas que dizem o que bem entendem.

“Abandonados à liberdade, os homens logo se convertem em libertinos. Reforçarei a proibição das greves, aplicarei a censura.”

Com as forças que Deus me dará, reconstruirei o Império, as nossas tropas marcharão sobre as colónias expulsando aquela corja de traidores.

Ide, Ide e rezai por mim…
A. O. Salazar
Depois da recepção desta carta, a recepção desta foto...






sexta-feira, abril 13, 2007

“Tratado” de tratantes

Enquanto o Sol no meu País, lá bem no alto vai lançando seus raios dourados, sempre sobre os mais favorecidos.
Por cá, nesta terra de desamparados, os políticos já não se conseguem convencer a si próprios, tantas são as intrigas, mentiras e compadrios.

A sociedade civil, nós próprios, sempre ávida de uma mãozinha que a embale, não enjeita uma brejeirice que anime a moral do pagode, lançando às urtigas a precariedade de uma vivência cada dia mais desfasada da realidade.

A dois, aquele que porventura depois de Salazar, mais contribui-o para a precariedade da vida em Portugal, com aquele outro, o de hoje, que seguindo caminhos pré estabelecidos vai deixando um rastro de precariedade à sombra maior, de uma cada dia maior corte de oportunistas. Vêm, na subversiva acomodação institucional, delineando novas formas de enganar quem deviam servir. O tratado (aquela espécie de constituição Europeia) abortado à nascença, corre o sério risco, de na sua nova roupagem, passar indiferente à opinião de cada um de nós.

terça-feira, abril 03, 2007

FUTEBOL(ÊS)

O maior negócio Europeu e Mundial, tece paixões e ódios, que me atrevo a dizer, não passam, por maioria de razões, de demonstrações primitivas de escape para algumas agruras sociais.

Um jogo de futebol, entre duas das maiores potências económicas no panorama futebolístico Nacional, tem o condão de provocar calafrios no bem-estar do espectador mais desprevenido.

Acaba por ser sem surpresa que constato hoje, que a estratégia de colocar as claques organizadas dos clubes em bancadas, uma acima da outra, tem muito mais a ver com os símbolos ostentados por cada um dos clubes, do que propriamente por questões de segurança ou de protagonismo.

Desta feita, “Dragões” sentados bem acima das “Águias”, de forma a garantir o “voo” dos primeiros, (os petardos descem melhor do que sobem) e a debanda dos “segundos”.

No próximo “risco” a situação deverá inverter-se, recomenda-se que as “Águias” sejam colocadas na bancada acima dos seus visitantes, já que estes não têm pretensões a grandes ou pequenos voos e os petardos, descem melhor do que sobem…