segunda-feira, setembro 11, 2006

De táxi ou de Ambulância?

Sem grandes pompas de circunstância, é anunciada hoje a abertura de novas Unidades Familiares de Saúde.
As tais que na óptica do MS vão disponibilizar médicos de família, aos utentes sem médico.

O início da minha vida nestas andanças dos Blogs, deveu-se precisamente a uma curiosidade.
A existência de utentes sem médico de família e de médicos sem utentes familiares.
Claro que pretende ser um trocadilho.

Mas a realidade não tardará a aparecer e provavelmente será escamoteada.

Que é como quem diz, numa qualquer dessas UFS, a prática vai demonstrá-lo, um médico aderente a este sistema, acabará por arrastar os seus utentes “familiares” do centro de saúde onde trabalhava, para este novo local.
Não me admiraria nada, que amanhã, um utente com médico de família num dado posto médico, se veja a braços com a falta deste, sendo obrigado a “acompanhar” o “seu” médico, para a nova localização.

O diálogo poderá muito bem ser este.

Utente
Queria uma consulta para o Dr. Anselmo.
Funcionário.
O Dr. já não dá consulta aqui, agora está em Lisboa.
Utente
Não faz mal. Marque a consulta e diga-me como vou para lá.
De táxi ou de ambulância?

6 opinou:

At 12.9.06, Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

Realidade do dia a dia.Para acabar um misto de ironia, ou talvez não...

 
At 12.9.06, Blogger AJB - martelo said...

a lamentação é sempre de quem precisa...

 
At 13.9.06, Blogger JPD said...

O Estado não pára de recuar nas suas funções básicas.
A da saúde é muito evidente, seja qual for o âmgulo de observação: economicista, dotação de médicos e demais profissionais de saúde, redução de instalações e serviços, concentração.
Um abraço

 
At 13.9.06, Blogger Manuel Veiga said...

pois!... e que tal um seguro de saúde?!...

 
At 13.9.06, Blogger contradicoes said...

Embora não estejas de acordo com a minha opinião neste particular, continuo a insistir que faria muito mais sentido para colmatarem a falta de médicos de familia, proporcionarem aos utentes que não os têm, requisições para recorrem aos médicos particulares. Assim pelo menos evitavam o gasto com o arrendamento dessas instalações e a contratação de pessoal
administrativo. Dou um exemplo servindo-me do meu caso pessoal. Nem eu nem a minha mulher temos médico de família. Quando precisasse-mos de
recorrer a uma consulta de especialidade deslocávamo-nos à Secretaria do Centro de Saúde de Oeiras, onde pertencemos e eles ali sabem que não temos médico de família. Levantava-mos uma requisição e iamos ao médico particular que muito bem entendessemos e o SNS suportava esse encargo. É aliás assim que funciona no Canadá a assistência médica.

 
At 13.9.06, Anonymous Anónimo said...

Raul!
Insisto.
Só há falta de médicos no SNS.
Entretanto as clínicas privadas crescem a olhos vistos.

 

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