sexta-feira, agosto 25, 2006

Testemunho a uma “flor”.


Amarei sempre o teu sorriso frio. Mesmo quando o reguei de amor e lágrimas.
Aquelas lágrimas de liberdade reprimida envoltas na nudez de nossos corpos, naquele instante em que o tempo parou.

Foi a liberdade que se implantou dissemos quase em uníssono, envoltos nos corpos suados.

Sabíamos que era “proibido”.

Os outros, foram tempos idos de combate que não vacilaram nunca.
Que nunca os corpos entrelaçados desnudaram ou sequer aqueceram nas noites frias de vigília.
Sobram as recordações do tempo e da juventude onde a paixão se sobrepunha ao amor e à dor. Mesmo quando tombaste contra todos os avisos, ante as balas assassinas dos assassinos moribundos.

Não te amei então como hoje.
Onde a saudade da ausência, o desconsolo da ignorância, o teu paradeiro prevalece sem destino nem tino.

A pátria sangra de novo.
É urgente reencontrar-te.

3 opinou:

At 27.8.06, Blogger contradicoes said...

A hemorragia da patria é duma tal dimensão que temo não se venha a apagar.

 
At 28.8.06, Blogger Manuel Veiga said...

amores "proibidos" em tempos de Revolução deixam marcas...

gostei muito desta subtil evocação!

 
At 31.8.06, Blogger © Piedade Araújo Sol (Pity) said...

que texto bonito!

 

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