domingo, agosto 20, 2006

PRIVATIZAR O ESTADO

Não é uma ideia recente, infelizmente é até uma ideia antiga.

O cidadão ávido de liberdade, de participação na vida colectiva do estado, limita-se na generalidade a usar essa prerrogativa democrática, apenas nos actos eleitorais.

E aqui a excepção não salva a regra, acaba naturalmente por votar no mais incompetente. Talvez dada a dificuldade da escolha.

É conhecida a apetência por cargos públicos de cariz político, por parte da “nata”
de oportunistas, filiados nos partidos ou a estes “colados” pelas mesmas razões.

Escolhe-se um governante, central ou autárquico, não pela sua competência, mas pela sua cor politica ou dotes de oratória.

Em todo o caso, acabamos por fazer eleger um indivíduo inapto para as funções.
Que para colmatar essa inaptidão, se rodeia de uma imensa e variada casta de assessores.
Assessor para escrever os discursos.
Assessor para compor a imagem face ao evento a que se vai assistir.
Assessor para compor a imagem face ao evento que se vai patrocinar.
Assessor para definir e compor as entrevistas nas TVs.
Assessor para compor e definir as entrevistas nas Rádios.
Assessor para escrever as entrevistas na Imprensa escrita.
Assessor para aturar os eleitores.
Assessor para um não mais acabar de pequenos nadas que custam os olhos da cara ao erário público.

Ora um estado privatizado, obedecendo aos princípios da livre concorrência, tal qual uma empresa adulta, mais votado para a capitalização de dividendos técnicos e económicos, do que para a imagem pública dos seus gestores, não seria um estado muito menos gastador, no qual até teríamos a divinal graça de ser-mos accionistas?

1 opinou:

At 21.8.06, Blogger Manuel Veiga said...

compreendo (mal) o teu desabafo. por aviltamento de alguns políticos, a política e o Estado andam desacreditados. mas a política pode/deve ser "outra coisa". por mim não desisto. nem irei vender o meu voto em leilão num "estado" privatizado...

obrigado pela vista.

 

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